Se tem uma coisa que faz perpetuar um relacionamento se chama “liberdade”. Aliás, duas: liberdade e confiança. Um depende do outro. Quando se tem liberdade (diferente da liberdade de solteiro), o relacionamento nunca será chato, ou monótono, ou ainda sufocante. A liberdade nos permite ter vidas próprias, paralelas ao casamento ou namoro.
É claro que no início da vida a dois tudo que for possível fazer juntos é melhor. Temos vontade de estar com aquela pessoa o máximo de tempo possível. Queremos dormir, acordar, comer, ir para o trabalho, para academia, para a igreja, sempre juntos. Até aí tudo bem, desde que não comprometa a individualidade do outro, desde que você viva a sua vida naturalmente sem a relação de dependência.
Existem casais que para viver tudo isso intensamente, se desligam e se distanciam dos amigos e familiares, e muitas vezes vivem excluídos do mundo em prol do amor que sentem um pelo outro. Inicialmente não percebemos o quanto isso é prejudicial para a vida, tanto do casal quanto do indivíduo. Quando se der conta de que se afastar das pessoas que ama, não fez do seu amor o mais eterno de todos, o relacionamento já está em um precipício devido a falta de espaço. Um amor que sufoca e prende é o mais desastroso possível e o que menos dura, e pra falar a verdade não pode ser chamado de amor verdadeiro.
Temos que ter em mente que nos unimos a outrem com o intuito de somar, acrescentar, ajudar a tornar a vida do parceiro mais fácil e feliz. Distanciar os amigos e a família não é a maneira mais sensata de conquistar esse objetivo. Toda vez que tiverem um problema com quem irão se abrir? Quem poderá aconselha-los? E porque não sentir um pouco de saudade? Ter tempo para você mesmo? Programar algo com um amigo? Isso é liberdade saudável.
Dito isso, um fator determinante para alcançar a liberdade saudável é a confiança! Se não há confiança é impossível que seu parceiro tenha uma vida normal estando em um relacionamento em que há desconfiança, inclusive quando não há motivo.
Primeiramente é preciso identificar a fonte desta desconfiança. Existem vários motivos que pode causa-la. Pode ser por uma experiência do passado de traição, ou um exemplo muito próximo, seja um parente ou amigo. Pode ser que seu parceiro não tenha o mesmo objetivo que você e não esteja preparado para um relacionamento sério. É importante esse auto diagnóstico, pois na maioria dos casos o problema é de insegurança, falta de autoestima, ciúmes possessivo...
As pessoas que sofrem com a baixa autoestima tem o frequente pensamento que a qualquer momento o parceiro pode encontrar em qualquer lugar, uma pessoa mais bonita, mais interessante, mais inteligente... Melhor que você em tudo! Isso geralmente não acontece nos relacionamentos sérios, e se acontecer leva-se um tempo e pode ser resultado de uma união em decadência.
Então, aconselho que os casais tenham um equilíbrio, no sentido de não deixar o outro tão a vontade, como se fosse solteiro, para que a relação não fique distante e também não tão próximo a ponto de tirar a individualidade do outro, a ponto de sufocar.
"Contou-me um pássaro:o amor é quando você,sendo livre, se deixa aprisionar por algo que o torna mais livre ainda."
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