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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Crise Amorosa

O Cravo brigou com a Rosa;
E no mundo das flores, a história já virou piada.
Brigou por besteira, mas a briga cresceu...
Ele brigou porque ela demorou na Florereira arrumando a corola.
E aí a Rosa ficou preta.
Se falava de suas pétalas, que ficasse com uma Samambaia.
Além disso, porque ele estava sempre com aquela cara de defunto? 
E ainda mais: não tinha dado para ela de presente de aniversário uns dias na estufa e nem um cruzeiro pela Amazônia, só um pacotinho de adubo.
Ela só queria ficar no seu canteiro, fazendo o raio da fotossíntese em paz. Ela não era de plástico para agüentar isso!
Reclamou do terreno: a grama do vizinho era bem mais verde, eles tinham uma Jardineira (diariamente) para cuidar do quintal e mais de cem minhocas de estimação. Era praticamente o Jardim do Éden. Já o quintal da Rosa... bem, ela dividia o terreno com  o Capim e as Daninhas, vizinhança fofoqueira, e tratava de alimentar duas fiéis minhoquinhas, dotes herdados de sua mãe.
E falando nisso, ela lembrou que nunca iria perdoá-lo por ter queimado sua mãe Nicotiana para consumo próprio. Esse é o perigo de brigas despretensiosas: desenterrar o passado com raiz e tudo.
E completou que se produzia para ficar bela e ele não dava a mínima. Sabia que ele vivia lendo revistas de Orquídeas desfolhadas e ficava de papo na Rua das Trepadeiras.
E ela queria tanto, tanto uma sementinha para cuidar... Mas, achava o parceiro muito irresponsável para isso. Tosou e enterrou a idéia desde o começo. 
No fim, mandou que ele fosse se tratar com um duende e lhe rogou uma praga, que ofensa! 
Aí o Cravo se alterou.
Porque a Rosa tinha sempre motivo extra para brigar com ele e ultimamente parecia um Cacto de tão espinhosa, podava ele em tudo.
Disse que olhava revistas de Orquídeas desfolhadas porque a Rosa já não dava mais no caule. O pistilo dele até doía com a situação. 
Aliás, desde o chá de camomila que a Rosa tivera antes do afloramento, com as Marias-sem-Vergonha, suas primas, ela havia mudado: conversava muito com seus botões, levava a vida como se vivesse numa redoma, igual àquela artista de desenho, e desses tempos para cá se portava como uma Dama da Noite. Gastava todo o pólen em perfume para ficar sempre na moda e com isso deixou a família na lama. O Cravo já nem descansava mais com medo das abelhas fiscais que viriam na próxima primavera. 
E se gastava todo o pólen em coisas fúteis, porque regular o regador na hora do banho dele?
No fim, o Cravo mandou-a dirigir-se ao pasto mais próximo e procurar pelas suas amigas Cogumelos que ficam exatamente no lugar onde deveriam estar.
Arranjo montado, a Rosa se exaltou.
Até porque com ela não, meu bem, com ela, ninguém pode! 
Mandou-o caçar borboletas e falou alguma coisa sobre o orvalho, o carvalho, sei lá.
Depois dessa, o Cravo se enfezou e teve um ataque clorofílaco. Foi mandado para o Hospital da Calêndulas onde ficou, tomando florais do Deus Bach, Chá do Santo Daime e licor de Losna, o que o possibilitava conversar com as psicoflorapeutas Fadas Verdes.
E quando ele achou que fosse ter um tempinho longe da Rosa, ela apareceu. Não, de novo não! Aí o Cravo teve um desmaio e a Rosa pôs-se a chorar.
Mas o chorinho não convenceu. E decidiram que apesar das raízes, a vida fosse para frente.
No fim, a Rosa decidiu que faria mesmo um cruzeiro pela Amazônia. E que iria dar umas voltinhas com o Crisântemo, um antigo amigo da galerinha da Cannabis. O Cravo voltou a sorrir e encontrou a paz no seu par perfeito. Casou-se com a Canela, com quem vive feliz, até o próximo bolo de banana. 




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